“Dependência pode atingir 40% dos que consomem bebida alcoólica”

Quarenta por cento das pessoas que consomem bebidas alcoólicas podem ter algum tipo de dependência, mesmo sem saber ou admitir.
É o que aponta levantamento da Secretaria de Estado da Saúde, por intermédio do Centro de Referência em Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod), órgão da pasta, realizado na cidade de São Paulo ao longo de 2007.
Os dados foram coletados em ações para orientação e prevenção ao uso de substâncias psicoativas realizadas em locais de grande circulação da cidade, como Parque da Luz, Pátio do Colégio e avenida Paulista. Profissionais do Cratod aplicaram o teste Assist (Alcohol, Smoking and Substance Involvement Screening), de padrão internacional, que permite verificar se a pessoa precisa de algum tipo de orientação ou encaminhamento em relação ao consumo de álcool, cigarro ou drogas ilícitas.
Das 250 pessoas que disseram já ter feito uso de bebidas alcoólicas, 100 foram avaliadas como dependentes em potencial, das quais 47 receberam orientações gerais sobre os riscos do consumo excessivo de álcool e 53 foram encaminhadas para serviços gratuitos de tratamento a alcoólatras.
Dos que já haviam experimentado cigarro ou derivados de tabaco, também ouvidos na pesquisa, 50,6% foram considerados como potenciais dependentes. E 30,7% dos que usaram cocaína ou crack tiveram a mesma avaliação.
A proporção de dependentes para maconha foi de 22,5%, e de 9% para anfetaminas ou ectsasy.
O levantamento ainda apontou que 27,2% dos que consumiram bebida alcoólica já tentaram alguma vez diminuir o uso e não conseguiram.
Já para 29,2% o consumo de álcool já resultou em algum problema de saúde, social, legal ou financeiro.
E 34,4% informaram que parentes ou amigos já se mostraram preocupados com o uso de bebidas pelos entrevistados.
“A bebida alcoólica é socialmente mais aceita, mas não deixa de ser perigosa. A cerveja da happy-hour todos os dias, a pinga adocicada nas baladas e o uísque nos finais de semana podem trazer sérios prejuízos à saúde, além de aumentar o risco de acidentes”, afirma a diretora do Cratod, Luizemir Lago.

Autoria: Assessoria de Imprensa - 26/06/08
Fonte: Secretária da Saúde SP

Intoxicação infantil

“Perigo dentro de casa”

Um adjetivo diretamente atrelado à infância é a curiosidade. Quando veem um objeto que chama atenção, os pequenos ficam logo hipnotizados.
Como ainda não têm conhecimento sobre o mundo, tentam descobrir à sua maneira para que servem as coisas. E aí vale tudo: colocar na boca, tentar agarrar, puxar e apertar. Entretanto, nem sempre aquilo que chama atenção é seguro. Dependendo da situação, a curiosidade pode levar a
ocorrência de acidentes por intoxicação.
Segundo dados de 2006 do Ministério da Saúde, quase 5 mil crianças foram hospitalizadas e pelo menos 80 morreram naquele ano, devido à ingestão de toxinas. “Crianças são mais suscetíveis aos acidentes devido às características peculiares de seu desenvolvimento físico e emocional”, explica Ingrid Stammer, coordenadora de projetos da ONG Criança Segura, em São Paulo. Ela afirma que dentre essas características está o fato de não saber avaliar riscos e, até aproximadamente três anos de idade, estar na chamada “
fase oral” - em que a criança tende a colocar objetos e produtos na boca como forma de reconhecê-los e explorá-los.
“As maiores ocorrências são com remédios e os mais comuns são analgésicos e antigripais. Eles acham que são balinhas, pois tem gosto bom, e ainda não sabem discernir o certo do errado”, explica o médico Anthony Wong, chefe do Centro de Assistência Toxicológica do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas, em São Paulo.
No entanto, a intoxicação também pode ocorrer com produtos de higiene pessoal, bebidas alcoólicas e plantas tóxicas. “Não é recomendando ter em casa produtos à base de soda cáustica, pois estão associados à sequelas muito sérias e até mesmo óbitos”. Tintas de berço e de parede também podem conter substâncias tóxicas, como chumbo e monóxido de carbono.
Os pais também devem se atentar a produtos clandestinos vendidos a granel e normalmente acondicionados em embalagens reaproveitáveis, como é o caso de garrafas pet. “Esses produtos podem ser confundidos pelas crianças com sucos e refrigerantes, principalmente se forem deixados ao alcance delas”, alerta a coordenadora.
Crianças mais novas estão naturalmente em maior risco já que exploram o ambiente sem medo, usando os sentidos. ”Sabendo das limitações relacionadas ao desenvolvimento infantil, os pais e responsáveis não podem esperar que crianças e adolescentes comportem-se de maneira segura e façam as mesmas avaliações de risco que adultos”, explica Ingrid.
Segundo ela, é preciso que os pais promovam o diálogo constante com a criança, no intuito de explicar sobre os riscos dos acidentes. Além disso, devem adaptar o ambiente para deixá-lo mais seguro.
Outras precauções importantes são armazenar medicamentos e produtos de limpeza longe do alcance, preferencialmente em armários trancados, tomar cuidados com remédios de uso contínuo, que costumam ficar em locais mais acessíveis e conhecer as plantas que existem em sua casa, providenciando a retirada das que sejam tóxicas. As associações que façam com que a criança acredite que medicamentos são doces também devem ser evitadas.

Por Cínthya Dávila (MBPress)
Vila Filhos – 13/04/2009